sábado, 11 de abril de 2009

A busca

Depois do carnaval daquele ano, sabia que precisava traçar alguma meta para correr atrás. E também sabia que depois de alcançada eu precisaria de novas metas. Quando minha vida mudou eu estava exatamente no meio desse processo: treinando para correr a meia-maratona do rio.

Eu nunca tinha tido vontade de correr uma distância assim. Os professores da academia insistiam para que eu tentasse, mas eu achava que era demais. E mais do que isso: Eu achava que não aguentaria. Foi então que, enquanto ainda me preparava pra desfilar no carnaval, consegui me inscrever para uma prova de rua que ia do leblon ao leme, 8km. Fazia tempo que eu não participava de prova de rua, e essa prova me mostrou que com disciplina seria possível correr os 21km da meia.

Quando me inscrevi na prova não imaginava que minha vida fosse mudar tanto. Mas mesmo assim não desisti do desafio. Deixei guardado no armário e depois que as coisas já estavam arrumadas por aqui, voltei aos treinos. E isso me ajudou muito a passar os primeiros meses nessa cidade.

Hoje, eu também não sei o que vem pela frente. Mas sinto a necessidade de preencher espaços vazios. Ao invés de ficar na espera que as coisas aconteçam, decidi ocupar meu tempo e participar da prova novamente. Assim, não tenho a sensação de estar vendo a vida passar pela TV.

Acho que esse desafio é ainda maior do que no ano passado. Sei que não tenho o preparo e o fôlego de antes
, mas também sei que isso é uma questão de foco, disciplina.

Agora é começar a correr atrás.


Dizem que a busca é mais importante que o encontro.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Próxima parada

Lembro, há exatamente 1 ano, a ansiedade que eu vivia de tudo que estava por vir. A mudança. O trabalho. Todas as novidades. Todos os desafios. Não sabia o que me esperava. Mas sabia que eu ia fazer o melhor que eu pudesse.

Hoje estou aqui e vejo quantas coisas passei. Quantas coisas conquistei. E apesar de toda a saudade que sinto da minha família, não me arrependo em nada. Sei que tudo isso faz parte de um processo que eu preciso passar. E, para desgosto dos meus pais, eu não pretendo voltar.

Fiquei então pensando o que andava me incomodando nesses últimos tempos. Concluí que a falta de novos objetivos, metas a serem alcançadas no curto prazo, estavam me consumindo. Eu preciso de novos desafios.

Talvez seja o momento de sair um pouco dessa loucura toda e ir desbravar o desconhecido novamente. 1 ano e meio após a viagem de noronha, talvez esteja na hora de colocar a mochila nas costas e viajar novamente. Agora que as coisas já estão arrumadas por aqui, tá na hora de aproveitar um pouco o mundo lá fora e relaxar a mente.

Férias marcadas. Passagens emitidas.

Mais uma viagem solo.

Sem o medo da primeira vez, mas com o friozinho na barriga novamente.

Próxima parada: Chapada Diamantina.

domingo, 5 de abril de 2009

Sem palavras

Às vezes eu não tenho o que falar mesmo. Só sentir.

Há momentos em que palavras são desnecessárias.

E, calada, eu choro. Um choro desses de soluçar.

Depois, as lágrimas secam. E eu sigo aliviada por não ter guardado isso dentro de mim.

Não dá pra viver um sentimento sem sentir.

Perdi

É comum me perguntarem se sinto falta do Rio. Eu costumo dizer que não é do Rio. Mas que aqui sinto um vazio enorme. E isso sim me faz sentir falta da minha família.

Sinto falta da segurança que eu tinha em saber que eu podia ficar triste, mas que no fim de semana era só correr pra casa da minha avó para passar a tarde conversando com minha mãe e minhas tias que era diversão na certa. Ou das vezes que ficávamos ouvindo as músicas francesas da vovó ou o clássico chico buarque, enquanto a mamãe bebia uma cerveja com ela.

Das vezes que eu chegava em casa do trabalho e encontrava minha vózinha vendo novela na sala. E que mesmo entrando e saindo correndo pra academia, era bom chegar em casa e tê-la ali. Pra conversar um pouco, dar boa noite e o bom dia ao acordar. Ou então nos fins de semana, acordar e vê-la prontinha na sala esperando a hora de ir à missa, enquanto eu me preparava para ir à praia. Além de ter com quem dividir o mamão do café da manhã.

Do conforto que eu tinha em poder buscar ajuda conversando com meu pai e ainda correr o risco de acordar com um beijinho de bom dia quando ele passava cedo lá em casa. Ou ainda, das nossas corridas de rua, do nosso ritual na véspera das provas e da sensação gostosa de ver que ele estava sempre por perto.

Hoje, o mamão é só pra mim. As refeições são em pé e na frente da pia. Não tem pra quem dar bom dia. Nem boa noite. Não tem família no fim de semana. E durmo com a tv ligada pra disfarçar o silêncio.

Dizem que a gente dá valor quando perde.

É verdade.

sábado, 4 de abril de 2009

As paredes

Depois de uma semana exaustiva e tendo que trabalhar cedo no sábado, tudo o que eu deveria fazer em plena sexta à noite era ir para a casa e descansar.

Resolvi ir beber e conversar com os amigos. Relaxar toda a tensão da semana e rir um bocado.

Afinal, é disso que eu gosto: pessoas.

Cansei de esperar que as paredes falem comigo.