domingo, 30 de novembro de 2008

Quem sabe

Aprendeu a voar cedo. Foi criada solta.

Nunca a prenderam. Nunca conseguiram.

Mas sempre soube o caminho de volta. E sempre voltou.


Então, quis conhecer o mundo. Vê-lo com seus próprios olhos.

Para isso, precisava voar mais alto.


Aprendeu a se cuidar. A se defender.

Fortaleceu suas asas. Precisou de mais força.

Precisou aprender a gerenciar seu alimento. Sua fome.

Sua energia. Seu oxigênio.

Precisou reconhecer seus limites.


E então, bateu asas.

Em um vôo sem promessa de retorno.


Quem sabe um dia ela volta.

Pra contar tudo o que viu.

Pane no sistema

Você.

Disse que não tinha tempo.

Disse que não era o momento.

E jogou tudo fora. Assim. De repente.

Fui na lixeira e ainda estava tudo ali.

As lembranças. As músicas. Os contatos. Os planos.

Tentei esvaziar.

Pane no sistema.

Meu coração não tem Ctrl+Alt+Del.

Olhos de raio-x

Não me importa se você é bonito ou feio.
Mas que me faça sorrir.

Não me importa a sua idade.
Mas que cuide bem de mim.

Não me importa as coisas que você tem.
Mas que tenhamos os mesmos valores.

Não me importa de onde você vem.
Mas que queiramos chegar ao mesmo lugar.

Com meus olhos de raio-x eu tento te encontrar.

Pois o essencial é invísivel aos olhos.

A vida quis assim

Depois de 5 anos fomos morar em casas separadas.

Foi difícil. Bem difícil.

Eu não estava preparada pra isso. Nem ele.

Mas ela quis assim.


Há 8 meses eu tomei uma decisão.

Disse que viria morar em outra cidade.

Ele me apoiou. Com o coração partido.

Mas eu quis assim.


O maior amor do mundo.

É mesmo inexplicável.

Não há distância que nos separe.

Estamos conectados pelo coração.

É pai, a vida quis assim.

Qualquer coisa

Qualquer coisa que se sinta.

É melhor do que não sentir nada.

É sinal de que estamos vivos.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O mundo gira

O mundo gira. Sim. O tempo todo.

Engana-se quem pensa que as coisas que vivemos são aleatórias. Obras do acaso. Pontuais.

Não são. Para alguma coisa elas servem. Sejam boas ou ruins, são sempre úteis. Construtivas.

O interessante é o fato de sermos supreendidos pelos mesmos personagens, porém em outros papéis.

Assim, o que antes era a solução, muitas vezes se torna o problema. E vice-versa.

Isso porque a vida é volátil. O tempo passa. As coisas mudam.

E cada um tem seus artifícios para lidar com seus problemas e tentar superá-los.

Cada um faz do seu jeito. Não tem fórmula. Não tem manual.

Mas é importante saber que o mundo gira.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Por quê?

É difícil aceitar certas coisas, principalmente quando você não as entende.

Tentamos encontrar respostas para a mesma pergunta. Por quê?

Racionalizar e colocar em nossa cabeça que foi melhor assim. Mas por quê?

No fundo temos a esperança de que um belo dia acordaremos e tudo voltará a ser aquele sonho bom. Por que não?

As respostas não vem em palavras, mas em atitudes.

É quando percebemos que as pessoas fogem da gente. Por que insistir?

O tempo não volta. Nada será como antes.

Sem mais pontos de interrogação.

Ponto final.

domingo, 23 de novembro de 2008

O vício

As pessoas usualmente procuram válvulas de escape na tentativa de esquecer seus problemas.

Algo que faça com que a realidade pareça melhor do que ela é de fato.

Ou ao menos, algo que faça esquecer de todas as aflições por alguns instantes.

Há quem busque saída na bebida, nas drogas. Mas essas são portas de entrada para caminhos bem mais complicados. E muitas vezes, sem volta.

Há quem busque saída até em relacionamentos, pessoas. Daí vemos relações cada vez mais doentias, como essas que estampam os jornais cada dia mais.

Mas a verdade é que as pessoas não olham a raiz do problema. Apenas o sintoma.

Não se preocupam em resolver suas questões. Mas em achar a melhor forma de não sentir dor.

No fundo todos querem não sentir. E fogem de si mesmo.

Recorrem a anestésicos. De início, algo pontual. Depois, constante.

Simplesmente porque a dor não passa. E, geralmente, aumenta.

E então, a dependência.

O vício.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Na contramão

Todo mundo já viveu amores impossíveis. O proibido sempre desafia.

O problema está em querermos fazer o impossível, possível.

Sem perceber que querer o possível do impossível é se contentar com muito pouco.

É ir na contramão de tudo o que buscamos em um relacionamento.

Não adianta contrariar a natureza. As coisas são para o que nascem.

Nascem assim. Morrem assim. (Salvo algumas exceções)

O erro não está em deixar acontecer. Mas em querer mais do que alguém pode oferecer.

Miolo do pão

Gosta de Nutella? Gosto.

Quer? Não, obrigada.

Pego o pão francês, retiro o miolo e o priminho pergunta:

- Não gosta do miolo do pão?

Gosto. Mas não como tudo que gosto.

"Atóda!"

Decidi dar um tempo do Rio, mas não da família. Peguei um ônibus e vim matar a saudade no meio do caminho. Lorena.

Pai, irmãos, avós, tia, primo e priminhos.

Chego e vejo o sorriso nos rostos. Família.

Crianças correndo pela casa.

Brincadeira da hora que acorda até a hora de dormir.

E ao deitar ainda ouço:

-"atóda! atóda! atóda!"

Crianças. Preenchem o dia, a casa, a vida e o coração.

Passatempo

Dorme, acorda, banho, café, trabalha, trabalha, trabalha.

Pedala, corre, malha, banho, almoça, trabalha, trabalha, trabalha.

Estuda, lava-roupa, janta, estuda, estuda, estuda.

Escreve, escreve, escreve... e dorme outra vez.

Enquanto isso o tempo passa à espera do tempo em que a vida terá algum sentido.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vai saber?

A nossa mente é uma caixinha de surpresas.

Nela habitam milhões de pensamentos e sentimentos.

Tudo é produzido e guardado como em um baú.

E a maioria das coisas ficam ali guardadas por muito muito tempo.

Fico me perguntando quantas coisas boas deixam de acontecer, mal-entendidos de serem entendidos, amores de serem vividos, simplesmente pelo fato das pessoas não falarem o que pensam e/ou sentem.

Enquanto um pensa que está implícito, o outro não consegue ler os indícios.

Aí está a falha. Falta comunicação. Falta conversa.

Não sei bem ao certo a causa. Talvez medo. Receio.

Mas se um não fala, o outro não tem como adivinhar.

E saber é muito melhor do que imaginar.

Vai saber?

Não

Costumava dizer sim, muitas vezes só pra agradar.

Passava por cima da minha vontade, sem precisar.

Não sabia dizer não. Mas depois que aprendi, desandei a usar.

Quer fazer isso? Não.

Quer aquilo? Não.

Pq não isso? Não.

Não, não, não.

Não quero.

Pronto, aprendi.

Só não aprendi a ouvir.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O que os olhos não vêem...

Tenho evitado ir ao Rio de Janeiro.

Apesar de ser muito bom sempre que visito, é muito difícil retornar.

A verdade é que ainda não me acostumei com essa nova vida. Mas não posso ficar fugindo sempre que dá.

Ir com frequência faz com que eu não me sinta daqui. Nem de lá.

Preciso me acostumar. Ter minha rotina. Meus amigos. Minha vida.

Então decidi. Rio agora só em datas-chave. Não é mais a prioridade.

Vamos soltar os laços. Segurar a saudade. E ver no que dá.

Aqui não é apenas uma fase. É o recomeço.

E isso sim, não dá para adiar.

E se...

Fazemos escolhas diariamente.

No fundo gostaríamos de entrar de cabeça apenas naquilo que desse certo.

Mas não tem jeito. Não dá pra saber. Não há garantias.

Precisamos seguir nossa intuição. Assumir os riscos e as consequências de nossa decisão.

É preciso tentar, pagar pra ver. Só assim sabemos o que era pra ser.

Evitar tudo o que pode dar errado é não viver.

E nem sempre o errado é tão errado que não valha a pena.

E nem sempre o que você julga certo é o melhor pra você. Tudo é relativo.

Mas vem, vambora. A vida é agora.

E é bom lembrar que "se" não faz história.

domingo, 16 de novembro de 2008

40 graus

Tudo doía. Tinha dificuldade de reagir.

Sentia falta de tudo e de todos.

40 graus de saudade.

Principalmente daquilo que não tenho e que tanto desejo ter.

E achando que nunca vai acontecer. Delírio.

Meu corpo reagiu. A febre baixou. A fase passou.

Aqui estou. Melhor.

:)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Doce vida

Conhecer gente nova.

Descobrir verdadeiros amigos.

Sentir-me querida. Acolhida.

Isso deixa a vida mais doce.

(e menos cruel)

Eu gosto de pessoas.

Ou isto ou aquilo

Meus pais nunca deixaram faltar nada.

Ter isto e aquilo sempre foi muito natural.

Só que quando você tem tudo, não percebe o real valor das coisas.

Não existe escolha. Não existe trade-off. Não existe renúncia.

Hoje, vejo as coisas com outros olhos.


O valor do dinheiro e o reconhecimento das necessidades.

Só posso ou isto ou aquilo.

E às vezes, nem isso.

Nômade

Nas últimas semanas comecei a perceber que estava fugindo da minha própria casa.

Chegava tarde da noite e saía correndo logo que acordava. No fim de semana, idem.

Minha casa havia se tornado um lugar apenas para passar a noite. Dormindo mais precisamente.

Não era o fim. Mas o meio.

Comecei a perceber que adiar ao máximo a hora de ir para a casa era a tentativa de fuga de encarar a dura realidade: não ter ninguém à minha espera.

Mãe. Pai. Irmão. Vó.

Não tem ninguém.

Ninguém para dar satisfação.

Ninguém para ligar preocupado caso eu não volte...

E não tem lugar.

Não tem quadros na parede.

Não tem retratos no meu quarto.

Nem minha "cara" em minha casa...

Falta vínculo. Falta referência.

Tudo é portátil.

Sou nômade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Outros tempos

Nos dias de hoje não é mais nenhum tabu que as pessoas dormem juntas.

Mas a questão é que não necessariamente elas dormem de fato. Esse é o jeito "bonitinho" de dizer que duas pessoas tiveram relações mais íntimas.

A velocidade com que as coisas acontecem, sem um maior conhecimento entre as partes, acaba muitas vezes gerando relações-relâmpago. Que começam e terminam num piscar de olhos.

Por impulso. Por fogo. Ou até por medo de que aquela seja a única chance das coisas acontecerem, as pessoas se entregam.

Por uma noite. Por alguns momentos. Para saciar seus desejos e vontades. Uma mera necessidade fisiológica.

Sem grandes envolvimentos. As pessoas não tem mais tempo pra isso.

Não que isso seja certo ou errado. É apenas uma constatação. Simplesmente acontece.

O resultado disso é que cada vez mais as pessoas estão carentes de afeto.

Não sentem falta de sexo. Mas de cia.

Pra dormir. Pra acordar. Pra rir. Pra conversar.

Mas pra isso é preciso tempo.

E isso sim é difícil de se achar.

domingo, 9 de novembro de 2008

Deu no jornal

A manchete disse que cada vez mais pessoas sofrem de um mal do coração.

Os hospitais estão lotados. Não há médico suficiente para atender a toda população.

A medicina não encontra uma explicação.

O sintoma? Dor. Muita dor doutor.

Pessoas cada vez mais solitárias e doentes.

Deixando de viver por medo do que pode acontecer.

Medo de ceder. Medo de gostar. Medo de ser feliz.

E sem saber que renunciar é o maior mal que pode haver.

Quebra-cabeça

Cada um de nós escreve sua própria história dia após dia.

Erros. Acertos. Tentativas. Sonhos. Esperança.

Trazemos conosco saudade, lembranças e cicatrizes.

Sinais de que estamos vivos. Sobrevivendo a cada novo dia. A cada nova história.

Expectativas. Desejos. Cansaço. Descrença.

Não por acaso, atraímos pessoas com histórias parecidas com a nossa.

Uma espécie de ímã. Como se achássemos no outro um pedacinho de nós que ficou perdido em algum lugar do caminho.

E assim, como um quebra-cabeça, vamos tentando nos encontrar.

Juntando cada pedaço.

E em busca da peça que irá nos completar.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Adaptação

Já são 6 meses. Todo esse tempo em terra estrangeira pra começar uma vida nova.

Um desafio profissional, mas pessoal também.

Deixar pra trás o conforto da casa dos pais e andar por suas próprias pernas.

Abrir mão dos bens materiais pra poder dar entrada no carro, necessário nessa cidade.

Entender o peso de sustentar uma casa ao ver que todo o seu orçamento vai no pagamento de suas contas.

Olhar as vitrines e não sentir vontade de comprar. Por achar supérfluo, ou simplesmente por dar mais valor ao dinheiro.

Ser dona do próprio nariz.

Não foi isso que eu sempre quis?

Vale muito a pena.

Déjà vu

Às vezes paro pra pensar nas coisas que acontecem e tenho a nítida sensação de que já vivi determinada situação. E de fato, não é apenas uma impressão. Eu já vivi.

Outros lugares. Outras pessoas. Outras histórias.

As situações se repetem. Neste caso não é uma questão de certo ou errado. Mas a questão da forma como você se relaciona com o mundo. A sua personalidade. O seu jeito.

Quando você se conhece é possível perceber a evolução disso ao longo do tempo. Desde o início, quando você ainda reconhece o terreno, até sentir segurança e ir se abrindo aos poucos. Cada passo desse processo.

Como tudo começa e no que se transforma. Em você.

Simplesmente porque assim que tem que ser.

Pois aonde quer que você vá, você é você.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Inesperado

É engraçado como queremos sempre ter o controle de tudo. Controle do que vamos fazer, de como vai ser, do que vai acontecer.

Vivemos em função de nossas agendas. Presos aos relógios. Correndo contra o tempo. Verdadeiros reféns de nossas rotinas e compromissos. Tão presos que muitas vezes não nos damos a oportunidade de deixar as coisas acontecerem sem premeditá-las. E ainda perdemos nosso humor quando as coisas não saem como o planejado.

O esperado é como o CD que você ouve no carro. Sabe exatamente as músicas que vão tocar. A sequência. As letras. E ainda, sabe que nada diferente do programado irá acontecer.

Mas a vida não é feita apenas de coisas esperadas. Ainda bem.

Viver coisas inesperadas envolve menor expectativa, mais leveza e menor chance de frustração. E certamente, promete boas doses de diversão.

Precisamos nos libertar. Nos permitir. Precisamos nos deixar ser surpreendidos pela vida. Precisamos muitas vezes retirar o cd e ligar o rádio.

É o elemento surpresa que faz a vida valer a pena.

É isso que faz a gente se sentir vivo. Protagonista de nossa própria história.

E é isso que muda nossas vidas.

Sonho bom

"Você deixou minha vida de pernas para o ar.

Minha casa. Meus estudos. Minha rotina. Meus objetivos.

Deixei tudo em segundo plano.

Esqueci de mim, perdi você."

Mentiras sinceras

Às vezes me pergunto se realmente queremos ouvir a verdade como dizemos. Se realmente queremos enxergar, ou preferimos fingir que não vemos.

No fundo temos medo. Medo do que vamos ouvir. Medo do que teremos que falar. Medo de magoar um ao outro. No fundo não queremos magoar ninguém, mas precisamos colocar limites. Precisamos respeitar nossas vontades.

Para isso as pessoas precisam falar. Com jeitinho. Nem que para isso utilizem motivos convenientes.

É menos difícil ouvir um "não" por meio de palavras doces e carinhosas. É mais fácil dizer da mesma forma.

Palavras e atitudes se contradizem. Quase paradoxal.

Mas quem ouve, não esquece as palavras. E quem diz, se exime da culpa.

No fim das contas preferimos assim. E nós entendemos o recado. Basta ler os sinais.

A verdade dói. Por isso as pessoas mentem.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Certo e errado

Você tenta fazer tudo certo. Ainda assim as coisas dão errado.

Mas a vida é assim mesmo. Imperfeita. Imprevisível.

E precisa ser. É na hora do tiroteio que você vê quem se esconde debaixo da mesa e quem te protege do perigo. O melhor de tudo é descobrir as pessoas a quem você pode recorrer. Verdadeiros amigos para todas as horas.

Assim, dar errado é relativo. Dar certo também.

É sempre uma relação de perdas e ganhos.

Tudo é uma questão de perspectiva.

Recalculando a rota

Hoje ao voltar pra casa fui surpreendida por uma intensa tempestade. Quase não conseguia enxergar o que estava à minha frente. Reduzi a velocidade e fui com atenção.

Fiquei pensando que em condições normais de temperatura e pressão não reduzimos a velocidade. Pelo contrário, tendemos a aumentá-la. É a pressa em viver as coisas. Em chegar aos destinos.

Muitas vezes esquecemos que o mais importante não é o lugar onde chegamos, mas o caminho que percorremos para alcançá-lo. As pedras encontradas. Os desvios. A ventania. A tempestade.

Sobreviver à tudo isso é o grande desafio.

Eu costumo contrariar meu gps só pra fazê-lo trabalhar. Só para fazê-lo recalcular a rota. E assim, conhecer novos caminhos que me levem a um determinado lugar. Tentativa e erro. Errar para conhecer. Errar para aprender. Errar para enfim acertar.

A velocidade promete uma chegada mais rápida. Mas uma freada mais abrupta no primeiro obstáculo pode acabar com seus planos. Pode ser desastrosa.

Sem aprender os caminhos e sem chegar ao destino final.

Pra que a pressa?

domingo, 2 de novembro de 2008

Carta ao bom velhinho

Querido Papai Noel,

Sei que estou em falta com o senhor, afinal fazem mais de 15 anos que não lhe escrevo. Seja para pedir alguma coisa ou apenas para contar que tenho sido uma boa menina. Na verdade, preciso ser sincera. Quando fiquei maiorzinha me disseram que o senhor não existia e que os presentes de natal nada mais eram do que presentes comprados por meus pais. Como me falaram isso, achei que não fazia mais sentido escrever, e de fato, os presentes sempre estavam na árvore.

Só que há muito tempo venho pedindo um presente especial. Não é uma jóia, uma roupa, muito menos um carro importado. É um presente que o dinheiro não pode comprar, pois simplesmente não está à venda. Um presente exclusivo.

Eu quero um amor. Não precisa ser desses de cinema. Pode ser um bem real. Com qualidades e defeitos, sim. Perfeito para mim. Que queira dividir seus dias, suas angústias, suas conquistas e que me faça sorrir ainda mais a cada dia. Que eu possa cobrir de carinho e beijos. Surpreender a cada momento. Que queira estar perto por vontade e que juntos escrevamos a nossa história e a de nossos vermelhinhos.

Tô pedindo essa ajuda, pois tem sido muito difícil encontrar. Como tenho sido uma boa menina, filha, neta, amiga e pessoa durante todo esse tempo, gostaria que o senhor desse uma forcinha e me ajudasse nessa empreitada. Quem sabe talvez o senhor exista, de repente as pessoas é que não sabem fazer os pedidos corretos, ficando presas apenas aos bens materiais, que elas mesmas podem ofertar.

O meu presente já existe em algum lugar.

Ele só precisa me encontrar.