terça-feira, 20 de outubro de 2009

Começar de novo

Faz tempo que não escrevo aqui. Não foi por falta de assunto.

Depois de um longo tempo sem entender o que eu sentia, parei para ouvir meu coração.

Observei o mundo ao meu redor e me perguntei se de fato aquele era o lugar em que eu queria estar.

Vi que as coisas não mais faziam sentido.

Respirei fundo, mexi meus pauzinhos e mudei a direção.

E em pouco tempo tive a resposta que buscava.

Aqui estou. De volta. Feliz.

Mais do que nunca, uma carioca.


:-)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Para sempre

Um ano se passou da última vez que nos encontramos.

Posso dizer que por um bom tempo fui louca por ele. Apaixonada.

Mas mesmo após o término e a mudança, sempre mantivemos contato.

Em uma visita a São Paulo, fez questão de me ver.

Não sabia como ia ser. Afinal, ex é sempre ex.

Quis conhecer minha casa.

E eu o recebi com um sorriso estampado.

Carinho é para sempre.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Fácil

Tantas histórias que já vivi, tantas outras que já ouvi e cheguei a uma conclusão: tá tão fácil que nunca foi tão difícil.

Existe uma ansiedade tão grande em querermos tudo no mesmo instante, que colocamos a carroça na frente dos bois e ainda nos questionamos o motivo de não ter ido pra frente.


Mas não é óbvio?!

Não obstante, nos sujeitamos a entrar em relações fadadas ao fracasso simplesmente porque nos iludimos ao pensar que dessa vez tudo será diferente.

E por que seria? O que você está fazendo de diferente para ter um resultado diferente?!

Não é à toa que
as coisas acabam sem nem começar.

No fundo nós não queremos apenas o agora, mas o amanhã.

Mas na pressa em termos nossos desejos satisfeitos acabamos cada vez mais frustrados.

E o pior, por nossa própria culpa.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Incompleto

Quando falta apenas uma peça do quebra-cabeça, fica difícil fingir que você não está ansioso para encontrá-la.

Fico pensando onde ela pode estar.

Perdida por aí ou até mesmo nem existir.

Defeito de fabricação?!

O único problema é que sem ela todo o resto fica sem sentido.

Incompleto.

Homem invisível

Acho que me apaixonei por um homem invisível.

Perfeito, mesmo com todos os seus problemas.

Freqüentava meus sonhos, meus desejos e meus pensamentos.

Fez-me sentir viva. Era tão real.

Até que de repente ele sumiu.

E eu percebi que ele nunca existiu.

domingo, 21 de junho de 2009

O que você quer?

Fui ler os últimos posts e achei que cabia dizer que não fiz algumas coisas que planejei fazer. Não tenho vergonha de dizer, principalmente por saber que tomei decisões por entender e respeitar o meu momento. Por reconhecer o que eu de fato preciso e quero.

A primeira delas: desisti de viajar sozinha para a Chapada Diamantina.

Vocês devem se perguntar o motivo. Simples. Percebi que hoje não vivo mais a mesma vida que há 1 ano e meio atrás. Vivo sozinha em São Paulo e todo dia é uma nova descoberta. Todo dia conhecendo pessoas novas. Todo dia tendo que sobreviver e construir minha rede social aqui. Então, nada mais natural e justo que nas minhas férias eu não queira conhecer ninguém, não queira descobrir novos lugares e queira sim, colo, acolhimento, família. Assim, cancelei a viagem e mudei o destino. Depois de três meses sem aparecer, vou passar alguns dias no Rio.

A segunda: não estou treinando para a meia-maratona.

Apesar de ter me inscrito, também percebi não querer abrir mão das coisas novas que estou vivendo.
Por perceber que estou em um momento bem diferente de um ano atrás, por gostar de curtir o friozinho tomando um vinho e batendo papo com amigas queridas, e também por não querer empenhar tanta energia em algo que eu já realizei. Se de fato vou correr, ainda não sei. Talvez eu corra apenas a prova de 6 km fazendo cia para meu pai.

Fiz questão de contar isso tudo para mostrar o quanto é importante entendermos o que precisamos e o que nós queremos para nós. Não é porque já fizemos antes que faremos sempre ou não faremos nunca mais. Mas sim, precisamos entender o contexto de nossas vidas e o que de fato queremos.

Eu sei muito bem o que eu quero. E você?

E agora?

Desde criança ouvia minha mãe dizer para não ser igual a ela. Pra estudar, ser independente e não depender de homem nenhum. De fato, isso sempre foi muito forte pra mim, e acabou sendo o norte para que eu construísse o meu caminho.

Mas, ser independente e não depender de homem nenhum nunca significou abandonar meus sonhos de casar, ter filhos e construir minha família. Pelo contrário. A vida profissional acabou sendo o meio para que eu pudesse alcançar o fim maior. Foi o meio para conquistar meu espaço, minha independência. Para então eu estar preparada para um relacionamento mais sério.

A questão aqui é de manter a liberdade e a tranquilidade de ir embora no momento em que o amor acabe. Não que este seja o objetivo, mas todos sabemos que é algo que acontece. Nunca quis, de forma alguma, nem me imaginar vivendo coisas que eu vi minha mãe viver por depender financeiramente de alguém. Para isso eu trabalho de segunda a sexta, fiz faculdade e MBA. Para isso me mudei pra São Paulo. Para isso estou aqui e com meu sonho cada vez mais latente.

Eu procuro sim uma dependência, mas uma dependência de amor, de companheirismo, de cuidado, de preocupação. Coisas que o dinheiro não compra e
que parecem estar em extinção.

E agora?

sábado, 13 de junho de 2009

Tudo passa

Faz tempo que não escrevo. Não é por falta de vontade ou por falta de novidades.

A verdade é que os últimos tempos foram turbulentos, uma daquelas fases difíceis, em que questionamos tudo e todos. Um ano em são paulo, nada mais natural do que olhar pra trás, ver tudo o que aconteceu, avaliar o ponto que estamos hoje e o rumo que estamos dando para as nossas vidas.

Nessas fases, o mais natural seria fugir para o Rio sempre que desse. Mas fazer isso seria complicar ainda mais a situação. E não é à toa que tem mais de 3 meses que não apareço por lá.

O fato de terem sido tempos difíceis, não quer dizer que não esteja valendo a pena. Pelo contrário.

Apesar de ter um pouco mais que 1 ano em são paulo, tem apenas 5 meses que estou morando sozinha. Sozinha mesmo. No início foi realmente difícil. Mas como tudo na vida, a gente se acostuma.

No fim das contas é aquela velha história: crescer dói.

E o bom das fases é que elas passam.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Segura firme

Lembro de quando ele era pequeno e eu o ajudava com o dever de casa. Lembro de vê-lo fazendo coisas que eu já havia feito antes e a única coisa que eu tinha a dizer era para que ele se cuidasse. Lembro de dar conselhos sobre como lidar com as pessoas e com as situações. E ouvir suas confidências porque ele confiava em mim, mesmo sendo bastante fechado. Ainda lembro. Coisas de irmã com irmão caçula.

Fazia tempo que não nos falávamos, nos vimos há 2 meses na minha rápida estada no rio. Sem muito tempo para conversar. E, hoje, me surpreendi quando ele ao ligar para o meu pai, que estava em sampa para me visitar, pediu para falar comigo e disse:
"Segura firme. Vai dar tudo certo."

Isso faz toda a diferença.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sete vidas

Outro dia estava lembrando sobre a minha infância e contei a alguns amigos sobre minha relação de amor e respeito pelo mar. Amor por ter crescido tão perto e por admirar tal beleza, e respeito por ter me afogado tantas vezes quando criança, o que resultou em 7 pneumonias seguidas.

Uma amiga da minha mãe chegou a dizer que todos aqueles afogamentos tinham acontecido, pois eu tinha uma dívida com Iemanjá e que ela deveria jogar flores ao mar no reveillon. Ela jogou, mas depois de tantos incidentes, eu sempre procurei estar perto, mas não tão perto do mar. A uma distância segura para que eu pudesse aproveitar sem que nada de mal me acontecesse.

A verdade é que realmente existem coisas que fogem ao nosso controle. Mas também existe o fato de que frequentemente nos colocamos em risco em muitas situações. E a forma como encaramos os fatos é que fazem a diferença.

Há quem acredite sim que o meu problema era com Iemanjá. Mas minha mãe sempre colocou a culpa em meu pai por ter tirado minha bóia para passar protetor solar e esquecido de colocar de volta, ou ainda, por ele ter desviado a atenção de mim por um segundo e ter me perdido de vista em uma praia cujo mar era super violento enquanto olhava o ouvido do irmão dela que doía.

Um segundo. O tempo necessário para que as coisas mudem... Sem que tenhamos desejado ou pensado sobre isso. Um momento de distração para que a gente perca o controle e a direção de nossas vidas.

Sexta-feira passada eu também me afoguei. Esqueci os limites e tudo fugiu ao meu controle. Coloquei a minha vida e a de outras pessoas em risco.

Graças a deus tudo se saiu bem e mais uma vez, eu sobrevivi. E, o mais importante, não houve danos a terceiros.

Nessas horas só pensamos que poderia ter sido pior e agradecemos por ter sido apenas um susto, e sabemos que de alguma forma isso acontece para nos dizer alguma coisa. Seja para se ter mais atenção, para se colocar limites, para se perguntar o porquê de muitas coisas e até evidenciar a responsabilidade que temos por nossas vidas, e muitas vezes, pela vida dos outros.

Precisamos ter consciência que nem sempre sobreviveremos para contar as histórias.

Definitivamente, nós não temos sete vidas.

sábado, 11 de abril de 2009

A busca

Depois do carnaval daquele ano, sabia que precisava traçar alguma meta para correr atrás. E também sabia que depois de alcançada eu precisaria de novas metas. Quando minha vida mudou eu estava exatamente no meio desse processo: treinando para correr a meia-maratona do rio.

Eu nunca tinha tido vontade de correr uma distância assim. Os professores da academia insistiam para que eu tentasse, mas eu achava que era demais. E mais do que isso: Eu achava que não aguentaria. Foi então que, enquanto ainda me preparava pra desfilar no carnaval, consegui me inscrever para uma prova de rua que ia do leblon ao leme, 8km. Fazia tempo que eu não participava de prova de rua, e essa prova me mostrou que com disciplina seria possível correr os 21km da meia.

Quando me inscrevi na prova não imaginava que minha vida fosse mudar tanto. Mas mesmo assim não desisti do desafio. Deixei guardado no armário e depois que as coisas já estavam arrumadas por aqui, voltei aos treinos. E isso me ajudou muito a passar os primeiros meses nessa cidade.

Hoje, eu também não sei o que vem pela frente. Mas sinto a necessidade de preencher espaços vazios. Ao invés de ficar na espera que as coisas aconteçam, decidi ocupar meu tempo e participar da prova novamente. Assim, não tenho a sensação de estar vendo a vida passar pela TV.

Acho que esse desafio é ainda maior do que no ano passado. Sei que não tenho o preparo e o fôlego de antes
, mas também sei que isso é uma questão de foco, disciplina.

Agora é começar a correr atrás.


Dizem que a busca é mais importante que o encontro.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Próxima parada

Lembro, há exatamente 1 ano, a ansiedade que eu vivia de tudo que estava por vir. A mudança. O trabalho. Todas as novidades. Todos os desafios. Não sabia o que me esperava. Mas sabia que eu ia fazer o melhor que eu pudesse.

Hoje estou aqui e vejo quantas coisas passei. Quantas coisas conquistei. E apesar de toda a saudade que sinto da minha família, não me arrependo em nada. Sei que tudo isso faz parte de um processo que eu preciso passar. E, para desgosto dos meus pais, eu não pretendo voltar.

Fiquei então pensando o que andava me incomodando nesses últimos tempos. Concluí que a falta de novos objetivos, metas a serem alcançadas no curto prazo, estavam me consumindo. Eu preciso de novos desafios.

Talvez seja o momento de sair um pouco dessa loucura toda e ir desbravar o desconhecido novamente. 1 ano e meio após a viagem de noronha, talvez esteja na hora de colocar a mochila nas costas e viajar novamente. Agora que as coisas já estão arrumadas por aqui, tá na hora de aproveitar um pouco o mundo lá fora e relaxar a mente.

Férias marcadas. Passagens emitidas.

Mais uma viagem solo.

Sem o medo da primeira vez, mas com o friozinho na barriga novamente.

Próxima parada: Chapada Diamantina.

domingo, 5 de abril de 2009

Sem palavras

Às vezes eu não tenho o que falar mesmo. Só sentir.

Há momentos em que palavras são desnecessárias.

E, calada, eu choro. Um choro desses de soluçar.

Depois, as lágrimas secam. E eu sigo aliviada por não ter guardado isso dentro de mim.

Não dá pra viver um sentimento sem sentir.

Perdi

É comum me perguntarem se sinto falta do Rio. Eu costumo dizer que não é do Rio. Mas que aqui sinto um vazio enorme. E isso sim me faz sentir falta da minha família.

Sinto falta da segurança que eu tinha em saber que eu podia ficar triste, mas que no fim de semana era só correr pra casa da minha avó para passar a tarde conversando com minha mãe e minhas tias que era diversão na certa. Ou das vezes que ficávamos ouvindo as músicas francesas da vovó ou o clássico chico buarque, enquanto a mamãe bebia uma cerveja com ela.

Das vezes que eu chegava em casa do trabalho e encontrava minha vózinha vendo novela na sala. E que mesmo entrando e saindo correndo pra academia, era bom chegar em casa e tê-la ali. Pra conversar um pouco, dar boa noite e o bom dia ao acordar. Ou então nos fins de semana, acordar e vê-la prontinha na sala esperando a hora de ir à missa, enquanto eu me preparava para ir à praia. Além de ter com quem dividir o mamão do café da manhã.

Do conforto que eu tinha em poder buscar ajuda conversando com meu pai e ainda correr o risco de acordar com um beijinho de bom dia quando ele passava cedo lá em casa. Ou ainda, das nossas corridas de rua, do nosso ritual na véspera das provas e da sensação gostosa de ver que ele estava sempre por perto.

Hoje, o mamão é só pra mim. As refeições são em pé e na frente da pia. Não tem pra quem dar bom dia. Nem boa noite. Não tem família no fim de semana. E durmo com a tv ligada pra disfarçar o silêncio.

Dizem que a gente dá valor quando perde.

É verdade.

sábado, 4 de abril de 2009

As paredes

Depois de uma semana exaustiva e tendo que trabalhar cedo no sábado, tudo o que eu deveria fazer em plena sexta à noite era ir para a casa e descansar.

Resolvi ir beber e conversar com os amigos. Relaxar toda a tensão da semana e rir um bocado.

Afinal, é disso que eu gosto: pessoas.

Cansei de esperar que as paredes falem comigo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pupilas dilatadas

Fazia tempo que não estava enxergando direito. O óculos já não servia. Imaginei que meu grau tivesse aumentado. Depois de muito enrolar, decidi marcar o oftalmologista.

Às 07h15 de uma terça-feira estava eu sendo atendida. O médico queria confirmar o laudo e falou que eu teria que dilatar as pupilas. Logo logo comecei a enxergar quase nada. Andando na rua de volta para casa parecia que tinham aberto a janela dos meus olhos. A claridade incomodava e nada que eu fizesse melhorava a sensação. Enxergar demais doía e me impedia ver de perto.

Eu não sabia quanto tempo ia durar a minha "cegueira". Por alguns instantes me senti no filme do Saramago, naquelas primeiras cenas. Do trânsito. Do carro. E do primeiro homem que fica cego. Principalmente porque fui dirigindo para o trabalho. E rezando para que nada de mal me acontecesse.

Fiquei pensando que de alguma forma eu andei com as pupilas dilatadas fazia um tempo. Enxergando bem de longe, mas embaçado de perto. E sem coragem para descobrir o que tinha à minha frente. Talvez porque manter a distância garantia não só a visão, mas também o controle de toda a situação. Mas não se pode ter o controle de tudo. E perdê-lo de vez em quando é muito bom.

Mesmo sem enxergar me dei a chance para descobrir.

Uma coisa boa disso tudo foi saber que o meu óculos nunca "resolveria" o meu problema. Ele é para astigmatismo e eu descobri que tenho miopia.

sábado, 14 de março de 2009

A loteria

Nessa história de que a gente se sabota, vejo a cada dia como isso é verdade.

A gente traz na bagagem os insucessos dos relacionamentos anteriores e sem acreditar que com uma nova pessoa a história pode ser diferente, a gente foge. Inventamos inúmeras justificativas para isso. Mas no fundo a gente tem medo de se entregar e sofrer.

Se a gente para pra pensar até faz sentido. Talvez a gente não queira colocar expectativas ou apostar nossas fichas em pessoas que não achamos serem o homem de nossas vidas. Mas será que descobrimos o homem de nossas vidas à primeira vista? Acho que não.

Pensar assim é contar com muitos pré-conceitos e não se dar a oportunidade da descoberta.

Reclamamos tanto de que nada acontece. Mas o que fazemos para mudar isso? Fugimos das oportunidades. Recusamos convites. Saimos pela tangente. Até quando?

A gente já sofre estando sozinha. Dar-se a chance de estar com alguém é arriscar. Pode dar certo ou não. E, ainda que o resultado não seja o esperado, pode ser muito bom. E, honestamente, vamos parar de pensar que tudo precisa ser sério e pra sempre. Mas que seja bom enquanto dure.

A gente precisa se permitir. Parar de correr disso tudo. Quem sabe até nossos pré-conceitos estejam corretos, mas pra descobrir isso a gente precisa pagar pra ver.

Não dá pra reclamar de não ganhar na mega-sena se você não faz sua aposta.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Beijinho

Após ler o e-mail enviado pelo seu chefe, o funcionário pega o telefone, liga no ramal dele e diz:

- Chefe, você beija quando fode?


O chefe acha a pergunta estranha, mas obviamente pensando em sua mulher bonitinha o esperando na cama responde:

- Beijo. Por quê?


E o funcionário responde:

- Então vem me dar um beijinho que você acabou de me foder.


:P

Brincadeiras à parte, essa eu lembro toda vez que surgem as bombas pra resolver pra ontem.

É uma correria, um pega pra capar, mas no fim tudo dá certo.

E, pode ser louco, mas eu gosto disso. A gente prova pra gente mesmo que somos capazes de resolver as coisas. Mesmo quando o tempo é curto.

E nada melhor do que ver as coisas de um jeito bem-humorado.

TPM

Então tá. Um dia bate uma tristeza sem fim. Emoções à flor da pele.

Você chora ouvindo música. Vendo filme. Até andando na rua. E sem bem saber porquê acha que tudo está ruim. Você questiona sua vida, seu caminho, sua direção. E pensa em tudo o que você abre mão.

Mas descontando a sensibilidade aflorada nesses momentos em que nós mulheres ficamos fora das condições normais de temperatura e pressão, questionar é sempre válido.

Refletir de onde viemos e para onde vamos nos faz ponderar se estamos no caminho certo.
Pelo menos serve para alguma coisa toda essa tensão vivida mês a mês.

E no fim, os dias passam e a TPM também.

Ainda bem.

domingo, 8 de março de 2009

O que não tem remédio

São 10 meses aqui. Tanta coisa já aconteceu. Tantas fases. Boas, ruins. E com certeza, a sensação é de bem mais que 300 dias. Tudo muito intenso. Alegria, tristeza. Encontros, desencontros, despedidas. E ainda hoje me emociono cada vez que me despeço dos meus pais quando eles vêm me visitar. Difícil. Talvez vá ser sempre assim. Ou não. Talvez seja o meu momento: muito solitária.

A verdade é que era mais fácil ser sozinha no Rio. Perto do mar e da minha família. Mas ainda assim, quando me perguntam se eu penso em voltar pra lá, eu digo seguramente que não. O vazio me acompanha aonde quer que eu vá. Não é nada novo. É como se faltasse um pedaço. É uma busca pelos meus sonhos. De formar a minha família. E quando isso acontecer, acho que tudo vai ganhar cor. Vai ganhar vida. Vai ganhar sentido. Mas enquanto isso não acontece, é uma busca. Apenas isso. E nessa busca, vou tentando aprender o que eu preciso aprender.

E aí, estar sozinha estando sozinha nessa cidade é bem mais doloroso. E acaba fazendo parte de um processo longo e difícil dessa mudança. É como zerar a sua vida depois de vivê-la 23 anos, tendo que recomeçar. Tudo do zero. Deixando lá todas as pessoas importantes de sua vida. Mas carregando toda a sua história na bagagem. É quando você vê que aonde quer que você vá, as histórias se repetem. É quando vemos que por n razões, explicadas em sessões de terapia, a gente acaba se sabotando. E acaba confirmando a nossa crença ao estarmos sempre sozinhos. E é isso que deixa tudo muito confuso. Pois no fundo, inconscientemente, você se coloca nessa situação. E você se pergunta: o que eu preciso aprender com isso?

A resposta não está no livro. A vida ensina aos poucos. Até que um dia a gente olha pra trás e ainda consegue rir de tudo isso. Mas, ter consciência disso é o primeiro passo. Ao menos você percebe que a terapia serviu para alguma coisa. Aliás para várias. É comum eu me pegar me analisando. No fundo o melhor aprendizado é o auto-conhecimento. E assim vamos vivendo. Uns dias melhores, outros piores. Mas vivendo. Tentando melhorar o que dá pra melhorar. Tentando curar o que dá pra curar. Vivendo o que se tem pra viver e acreditando (ou querendo acreditar) a cada manhã que tudo está valendo a pena. Alimentando os sonhos que trouxe de lá e a esperança de que tudo vai dar certo. Sufocando a saudade e contando com a ajuda dos novos amigos para tornar esse vazio mais ameno. Pois pra isso realmente não tem remédio.

Talvez agora faça mais sentido eu gostar tanto de correr, de fazer exercício. É a minha válvula de escape. Minha distração. Minha injeção de endorfina. Meu vício. Minha droga pra passar por essas fases. E não é à toa que são nesses momentos que eu mais freqüento a academia. É isso que as drogas fazem: anestesiam a dor. Enquanto isso, eu espero essa fase passar. Elas passam. Sempre passam. Espero que um dia, de vez.

Afinal, o que não tem remédio, remediado está.

terça-feira, 3 de março de 2009

Eterna busca

A sensação é de estar parada no tempo, mas o tempo passa.

O coração bate. Cada vez mais cansado e descrente de que algo possa acontecer.

Apesar da pouca idade, o sentimento é de uma vida inteira nessa busca. Como uma eternidade.

De quem carrega as cicatrizes de uma separação e a esperança de que um dia as coisas dêem certo.

Hoje, o que eu sinto é que o amor não é pra mim.

E isso leva a crer que até mesmo a mais otimista das pessoas tem seus dias ruins.

Quem diria?

Ela tinha 10 anos e ele 13 quando se conheceram. Ele foi seu primeiro namoradinho. Filho de amigos da família. A relação durou exatos dois anos, interrompidos pela mudança dele para outra cidade. Ela nunca mais teve notícias.

A vida seguiu. Ela conheceu um piloto, se apaixonou e mudou sua vida por ele. Foram 30 anos de uma escolha e muitas renúncias. Anos sofridos. Anos doentes. Desistiu de viver. Tentou a morte algumas vezes, mas sem sucesso. Separou-se. E sem ter para onde correr, precisou recomeçar.

Voltou para sua cidade, para sua família. Voltou a escrever suas poesias. Recuperou o contato com antigos amigos e, com o tempo, a alegria de viver. E quando não achava mais que poderia voltar a amar, ele voltou. Hoje, com 75 anos.

60 anos depois. Juntos. E felizes.

Quem diria?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ponto final

Às vezes temos a nítida impressão de que falta alguma coisa. Vagamos no vazio e vamos levando as situações como quem acha que as coisas vão se resolver sozinhas e com o tempo. Daí, as relações ficam no ar. Mal-resolvidas. Abertas. Sem perceber que tudo o que precisamos fazer é colocar um ponto final.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A cura

Existem pessoas que entram na vida da gente e não entendemos muito bem como, nem porquê elas permanecem. Na verdade nós sabemos. Elas permanecem porque nós queremos. No fundo dizemos para nós mesmos que uma relação acabou, mas estamos sempre arranjando desculpas pra justificar as recaídas que temos. Como se ignorássemos tudo o que passou e não pensássemos duas vezes quando existe a possibilidade de uma nova chance.

Só que chega uma hora que não existe mais desculpa. Não dá pra acreditar que as coisas serão diferentes, principalmente quando você já percebeu o quão diferentes as pessoas são. Não dá pra esperar algo a mais do que já se teve, simplesmente porque as expectativas são diferentes. É difícil, mas é preciso reconhecer que aquela relação tornou-se desarmônica e só lhe traz prejuízos. Simplesmente porque você espera mais do que o outro pode lhe dar. Mas ainda assim o outro vem e se alimenta de você, como um parasita, e você aceita e não reage, como um hospedeiro, cada vez mais frágil.

Chega de alimentar uma relação assim. A história se repete. E tem sempre o mesmo fim.

Insistir não vai fazer um final diferente.

É preciso livrar-se desse mal. É preciso buscar a cura.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O abcesso

Havia um caroço. Começou pequenininho, ali, atrás do pescoço. No início não dava muito pra ver, mas eu sentia. Aquilo me incomodava. O tempo passou e ele começou a crescer. De início não dei muita bola porque no fundo achava que aquilo podia desinchar sozinho. Mas não foi o que aconteceu. A minha vontade de arrancá-lo fora também contribuiu com isso. E quando me dei conta, ele já estava enorme, e não havia tempo que passasse que o fizesse diminuir. Às vezes a roupa de ginástica machucava. E ele não estava bonito para estar nas costas de uma menina. Ele estava visível e inflamado. Aquilo doía.





Isso me fez lembrar algo parecido que meu pai já tinha tido atrás da cabeça, e que tinha tido que tirar por meio de uma micro-cirurgia. Comentei com ele, e ele ficou preocupado, claro. Marquei um dermatologista, mas estes médicos nunca têm horário para emergências. Então, decidi ir ao hospital em plena terça-feira de carnaval.





Na recepção o atendente perguntou se eu podia falar o motivo da consulta. Antes que ele falasse isso eu já estava pensando no que ia dizer. No fim das contas achei melhor dizer que tinha um caroço atrás do pescoço. Afinal, eu não sabia o que era de fato. E ele colocou na ficha: um abcesso.





Ao ser atendida o médico pediu que eu fizesse uma ultrasonografia para ver o que tinha dentro do nódulo. Fiz tudo como manda o figurino. Depois das idas e vindas pelo hospital, o médico concluiu que provavelmente aquilo era um cisto sebáceo que inflamou e se tornou um abcesso. E chamou a cirurgiã.





A cirurgiã me veio com duas opções: ir pra casa, tomar 7 dias de antibiótico, fazer compressa de água quente e caso não diminuísse retornar em 3 dias para drenar o nódulo. Ou, drenar o nódulo, e tomar do mesmo jeito o antibiótico, e mais 3 dias de anti-inflamatório. A diferença seria a intensidade da dor no primeiro caso, uma vez que o antibiótico já estaria fazendo efeito.




Mas a idéia de voltar pra casa sem ter resolvido o problema, não fazia sentido nenhum pra mim. Fiquei pensando quantas vezes na vida escolhemos a primeira opção pelo medo de sentir dor. Mas fato é, que adiar o sofrimento não evita que sintamos dor no percurso. E, pelo contrário, não resolver pode trazer complicações bem maiores e muitas vezes irreversíveis.




E então, sem titubear, eu respondi: "Vamos acabar logo com isso. Vamos drenar."

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Pesos e medidas

Todos perguntavam como quem já sabia a resposta, afinal passar o carnaval no rio seria o mais óbvio. E não era à toa que as pessoas se espantavam quando eu dizia que não. E faziam uma expressão de desespero quando eu dizia que ficaria por aqui. Se eu pudesse ler pensamentos diria que eles achavam que eu não ando lá muito sã.
Na verdade, acho que nunca estive tão lucida.

Confesso, voltei da última viagem à cidade maravilhosa decidida que ficaria um bom tempo sem visitá-la. Faz parte do meu processo de adaptação. Do meu desapego ao Rio de Janeiro. É o meu jeito de tornar as coisas mais fáceis e me sentir de fato dessa nova cidade. E, de fato, sinto-me cada vez mais daqui. Mudei de casa. Escolhi um time paulista pra torcer e às vezes acho até que estou perdendo meu sotaque. Mas meus amigos falam pra eu ficar tranquila que eu continuo chiando bastante e eu fico feliz em ouvir isso. :)

Outro ponto é o meu estado de espírito nos últimos tempos. Estou tão feliz e serena com a minha mudança de casa, de bairro, de vida, que ficar aqui no carnaval era mais uma oportunidade para aproveitar o lar e conhecer a vizinhança. Corridinhas no parque, cineminha, caminhadas pelos arredores, farmácia, mercado, até hospital eu conheci, e o melhor: tudo a pé. Sem dúvidas, a oportunidade perfeita para descobrir o que fazer quando não se tem nada pra fazer. E para conhecer ao que se pode recorrer quando necessário.

Além disso, não podemos esquecer o fator dinheiro. Gastei bastante para deixar o lar do meu jeito. E acho que na vida a gente precisa fazer alguns sacrifícios. E eu abri mão de passar um carnaval em qualquer outro lugar para ter a minha casa do jeitinho que eu quero o ano inteiro.

Eu tenho os meus motivos. Legítimos. Mas eu entendo a cara de espanto das pessoas. Pra quem está de fora, talvez não faça tanto sentido como pra mim.

Mas não é tão preocupante assim passar o carnaval em São Paulo. É só uma questão de pesos e medidas.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em cima do muro

Fazer escolhas. É o que fazemos o tempo todo.

O que precisamos aprender é a nos responsabilizar por elas. Não é uma questão de julgamento. De certo ou errado. Mas de assumir o que queremos para nós. Buscar e fazer acontecer. Devemos seguir nosso coração, fazer o que acharmos melhor e assim tentar viver a vida de uma forma leve. Mas para isso precisamos assumir nossa posição, ter consciência e estarmos preparados para agüentar as consequências.

A vida não tem manual, nem macete. A gente erra tentando acertar e muitas vezes acerta sem nem pensar. Não há vergonha nenhuma em olhar para trás e perceber que talvez aquela não tenha sido a melhor escolha. Mas foi a sua escolha naquele momento. Aquela pela qual você acreditou e lutou. Fez a sua parte. Além do mais, é assim que crescemos, que nos desenvolvemos.

Também precisamos entender que existem pessoas ao nosso redor. E que sim, uma ação nossa reflete sim em outras pessoas. Assim, não cabe a nós somente olhar para o espelho ou para o próprio umbigo. Vamos olhar para os lados e nos policiar para que nossos atos não prejudiquem ninguém. E ainda, vamos olhar para os lados e estender as mãos a quem está ao nosso redor.

A física explica. Ação e reação. Se queremos falar, devemos estar preparados para ouvir. Não vale se esquivar ou jogar a culpa no primeiro que aparece na sua frente. Ou ainda dar uma de "joão sem braço". Nós somos responsáveis. Nós guiamos a nossa vida. Nós devemos tomar as rédeas das situações. Não vale esperar a lua cheia, o vento ou a maré. Nós decidimos. E, definitivamente, em cima do muro é um lugar que não existe.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Que bicho te mordeu?

Um dia tudo faz sentido. Existe sintonia, sinergia. Existe conversa. Tudo é perfeito.
No outro, tudo está de pernas para o ar. O encontro se desencontra e não somos mais um par.

O tempo passa e vemos que talvez nunca tenhamos sido. Que tudo começou em um momento frágil na vida dos dois onde um serviu de bengala para o outro. Assim, o que era perfeito, na verdade não era. Apenas parecia ser. Ou quisemos acreditar que era. Afinal, quando tudo está tão ruim, tendemos a nos agarrar ao que aparece e acreditar que aquela é a nossa única salvação.

A verdade é que a salvação para as pessoas não são outras pessoas, mas elas mesmas. É preciso reconhecer o problema, buscar as soluções e assim, mudar o cenário. A situação. Pois ser perfeito ou não é uma questão de referência. Quando o cenário não é dos melhores, qualquer coisa que seja pode ter um efeito potencializado, seja para o bem ou para o mal, e se tornar uma grande coisa. Já em um cenário positivo, costumamos ser mais exigentes e qualquer coisa passa facilmente despercebido.

A grande questão é que as pessoas têm diferenças. Estas que se revelam de acordo com o ambiente. Não falo de diferença de idade, cor, credo ou classe social. Falo de visão de mundo. Na forma como enxergamos e encaramos a vida. E essas diferenças elas aparecem com o tempo. E nos espantamos em nos deparar com elas e pensar que nunca tínhamos reparado antes. É quando vemos, claramente, que se não tivesse acabado do jeito que acabou, teria acabado de qualquer jeito.

Pessoas muito diferentes.
Não foi nenhum bicho que mordeu. O tempo passou e a situação mudou.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Comer, rezar, amar

Comecei a ler um livro. Muito bem recomendado.

Quem já leu, fica ansioso para falar sobre. Compartilhar a deliciosa experiência que aquela leitura lhe trouxe. Fazia tempo que ameaçava comprá-lo. Semana passada uma amiga querida me emprestou.

Chego à noite, deito na rede e devoro aquelas páginas. Viajo junto com a personagem e divido as angústias de se estar sozinha, por exemplo. Assim como eu, milhares de outras mulheres também se identificam com os questionamentos do livro. Não é à toa que quem ainda não leu, ao menos já ouviu falar.

A verdade é que não dá vontade de parar de ler. E é enorme a ansiedade em saber o final.

Mas calma. Um capítulo de cada vez. O prazer também está na descoberta, pouco a pouco. No caminho. Na construção. Muitas vezes a busca é mais importante que o encontro. Por isso, sem pressa. Vamos aproveitar a experiência. Não podemos esquecer que ao chegarmos ao fim, a história acaba...

A crise

Ele foi para o intercâmbio, desses de 3 meses para trabalhar nos EUA. Mas não contava que não arranjaria emprego por causa da crise. Como o meu irmão, outros tantos.

Ouço por aí que estão cortando e me espanto quando vejo amigos arrumando suas coisas e indo para casa. Como meus amigos, outros tantos.

Pessoas me perguntam se minha empresa está contratando, pois fulano foi demitido e está desesperado. Como os amigos dos amigos, outros tantos.

Abro o jornal e a manchete diz que até a Microsoft não está imune à crise e demite 5 mil funcionários. Como os da Microsoft, outros tantos.


Quem ainda não ouviu algo parecido?

É a crise. Tempos de incerteza.

Salve-se quem puder.

Mente sem lembranças

Acorda no dia seguinte, rindo de si mesma. Vagas lembranças da noite anterior. Muita pressão, tensão, stress. A válvula de escape? Alguns shots de tequila e boas doses de diversão. Se lhe perguntam se lembra de alguma coisa, diz que apenas flashes. Nessas horas, é realmente melhor não ter lembranças e ignorar a própria história, já que o lema moderno é não ter apego.

A lembrança nos conecta aos momentos vividos, e daí pode vir o sentimento, a vontade, o sonho. E sim, a saudade. Mas as pessoas não querem se envolver, não querem se entregar. Viramos produtos. Perecíveis. Com prazo de validade a vencer. Logo. Então, pra quê dar espaço ao sentimento? Pra quê criar condições para sentirmos saudade? Não temos tempo pra isso. O tempo urge. Os desejos são cada vez mais efêmeros. As relações cada vez mais superficiais. Os prazeres são momentâneos. Seguimos nossos instintos e nos comportamos feito animais. É o que alguns costumam chamar de destruição criativa.

Para isso, não precisa ser racional. Basta uma boa dose para se soltar e não se preocupar. O dia seguinte vem, mas sem resquícios ou cobranças quaisquer do dia anterior. Não existe linearidade. Cada dia é um dia. Como coisas aleatórias e pontuais. Que não precisam fazer sentido, nem ter conexão alguma com qualquer outra coisa. É o hedonismo desenfreado. A busca incessante pelo prazer. E o individualismo cada vez mais latente.

Assim as pessoas fazem o que querem e tudo é (ou fingimos ser) absolutamente normal. Sempre temos um álibi para justificar o que não tem justificativa e para nos proteger dessa modernidade-líquida. Afinal, temos que aproveitar tudo... mas pra quê lembrar?!

Desse jeito a vida segue como se nada tivesse acontecido. Só me preocupa a história que construímos nessa de quem não quer construir nada.

Está explicado porque as pessoas bebem cada vez mais.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Próximo capítulo

Durante muito tempo senti falta de referências aqui em São Paulo. Senti-me como nômade. Aquele que pode ser de todos os lugares e ao mesmo tempo de nenhum. Achava esquisito muitas vezes não ter vontade de ir para casa. Mas era porque eu não tinha a minha casa.

Ensaiava comprar coisas pra deixá-la mais a minha cara. Mas no fundo sabia que aquilo era transitório. Não duraria muito tempo. E assim, desistia das compras e economizava.

Nos fins de semana que podia curtir meu canto, ia pra rua cedo e só voltava à noite. Como se fugisse da minha própria casa.

De alguma forma eu ainda estava lá. Até o nome do prédio não negava: Rio de Janeiro.

Foi quando percebi que meu desejo por ter meu espaço era cada vez mais forte. De organizar as coisas do meu jeito. De poder andar de camisola ou do jeito que eu quisesse, sem me preocupar se estaria incomodando alguém.

Talvez nem eu esperasse que tudo acontecesse tão rápido. Mas como tudo na minha vida é intenso, aconteceu e larguei o Rio de vez. Hoje eu tenho a minha casa e ela tem a minha cara. Uma rede na sala, de frente pra varanda. Fotos na parede. E o melhor, tudo do meu jeito. Do meu gosto.

Agradeço todos os dias. A Deus e aos meus pais, que me deram força e me ajudaram a dar esse novo passo. Que entendem o fato de eu evitar ir ao Rio e acabam vindo me visitar para matar as saudades, ainda que não gostem de São Paulo.

Depois de nove meses tenho minha referência e sinto vontade de voltar para a minha casa. Tenho amigos e vontade de levá-los para o meu lar. E sinto um bem-estar enorme de poder estar vivenciando tudo isso. Começo a viver um novo capítulo dessa minha história. Sem saudades do Rio ou promessa de volta.

E com a certeza que eu sempre tive. Eu vim pra ficar.

O jogo

Desde pequenos somos condicionados a competir. Seja nos video-games ou até mesmo nos esportes, e assim aprendemos a jogar, a concorrer na vida. De fato competir é muito desafiador. Estimulante. Mas a verdade é que seja lá qual for a modalidade, jogar sempre contempla vencer ou perder.

Mas, precisamos reconhecer que nem tudo é um troféu. Nem tudo é um prêmio.

Pessoas são pessoas. São sentimentos. E isso é o que de mais valioso pode existir. Mais do que qualquer competição. Mais do que qualquer jogo. Não deve haver vencedores ou perdedores. E nesse caso se existe um desafio é o de construir uma vida a dois. Dia após dia. Cedendo de um lado. Do outro também. Buscando o bem comum, o amor e a felicidade.

Mas quantas pessoas olham e fingem que não vêem. Gostam e guardam para si. Morrem por dentro mas não dão o braço a torcer. Ignoram o coração que bate forte. Passam por cima por orgulho ou até medo. Fazem pouco do sentimento, que no fundo é tudo o que buscamos, o que dá sentido à vida.

Ainda que muitos insistam nisso, eu não quero jogar.

Eu quero é amar.

Intolerância

Às vezes somos tão intolerantes que acabamos sendo injustos com quem gostamos.

Não fazemos por mal, também temos nossos motivos e dias ruins.

Mas a verdade é que somos incapazes de olharmos para o lado e perceber que muitas vezes tudo o que as pessoas precisam é de atenção. Que existe uma enorme carência alimentada pelos vazios do dia-a-dia e externalizadas das mais diversas formas, que de fora parecem sem sentido, fora de contexto. Mas que no fundo tudo o que precisamos é olhar e compreender o outro.

É difícil reconhecer que erramos. Mais difícil ainda é aceitar que as pessoas são como são. Não vão mudar. Sempre foi assim. E aí fica a pergunta: o que nós podemos fazer sabendo disso?

Conhecendo a si mesmo e ao outro temos tudo o que precisamos para manter um bom convívio. Precisamos aprender a controlar as emoções e não nos deixar chegar aos extremos tão facilmente. Olhar para o lado. Ouvir. Dar carinho. Tentar ter um pouco mais de paciência e evitar que sejamos injustos com quem amamos, com quem só quer o nosso bem. Com quem nos carregou na barriga durante 9 meses e nos carrega no coração durante toda a vida. Com quem se preocupa. Que está ao nosso lado em todas as horas. Mesmo distante.

Com quem liga dizendo que viu a enchente na tv e quer saber se está tudo bem, se você está viva. Com quem se oferece pra vir ajudar quando sabe que você está de mudança. Quando sabe ler quando você está triste, quando você está apaixonada. Que te conhece e te ama exatamente como você é. Com todas as qualidades e defeitos. E é capaz de perdoar mesmo com todas as injustiças que cometemos.

Talvez, realmente seja como "padecer no paraíso". E talvez só sejamos capazes de as entendermos quando nos tornarmos como elas. Mas a verdade, reconheço, fui injusta e fiquei com o coração na mão.

E apesar de tudo elas são perfeitas.

São mães.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cautela

Apesar de toda a minha coragem.

Eu também tenho medo.

De dar um passo maior do que minha perna.

E colocar tudo a perder.

Faz sentido.

Vila Nova

Está acontecendo.

Estou de mudança.

Malas prontas.

Para a próxima parada.

Aqui mesmo.

Agora. A minha casa.

Ano novo. Vida nova.


Vila nova.

Cegueira

Não te vejo mais.

Nem você me vê.

Estamos cegos.

Humanos

Não adianta querer mudar.

Tem que ser intenso.

O que geralmente leva 3 meses.

Resolvido em 15 dias.

Já entendi minha tensão. Meu cansaço.


Minha insônia. Minha perda de peso.

É a síndrome da mulher maravilha.

Acha que dá pra fazer tudo ao mesmo tempo.

Vale lembrar que não somos super-heróis.

E sim, humanos. Demasiadamente humanos.

O gongo

Dias difíceis.

Daqueles que você quer chegar em casa e ganhar colo.

Acolhimento. Aconchego.

Sem precisar dizer nada.

Minha mãe está chegando.

Ufa!


Salva pelo gongo.

A feira

Hoje eu acordei assim, calada.

Ressaca da notícia de ontem.

Muito trabalho.

Dedicação. Envolvimento.

Muita expectativa.

Tensão nesses 2 meses.

O resultado?

Não dependia da gente.

Virou feira.

Pessoas a preço de banana.

Platônico

Parece amor.

Quem sabe, platônico.

Puro. Oculto.

Isso explica muita coisa.

Nada sei

Quando eu penso que estou começando a entender.

De repente as coisas mudam.

Ou não mudam e eu penso que mudam?

Sei lá. Aí que não entendo nada mesmo.

Congelado

Vejo tudo evoluir.

O trabalho.

A casa.

Os estudos.

Só uma coisa parece congelar.

O meu coração.

Confissão

Não dói perder uma concorrência.

Não dói ter que resolver tudo sozinha.

Dói ver você sumir de novo. Isso sim.

Deixa ser

Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Uma coisa é fato. Eu faço a minha parte. Ou pelo menos tento.

Outras coisas, eu tento entender. Decifrar. Mas falta tempo.

Essas, eu entrego nas mãos de deus mesmo.

Dizem que nada é por acaso.

Que Deus não joga dados.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Tudo certo

Fui dormir cedo. Pra acalmar o coração.

Enganar a ansiedade. Parar de pensar por alguns momentos.

Como se isso bastasse.

Penso nisso quando estou acordada.

Sonho com isso quando estou dormindo.

O bom disso tudo é que consegui voltar a dormir bem.

Vivo os resquícios de uma fase.

E a transição para uma nova.

Vai dar tudo certo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um brinde

Ontem foi dia de despedida.

Uma pessoa muito querida que dá novos rumos em sua vida.

Vai fazer muita falta.

Mas estamos todos aqui. Sempre.

As pessoas podem entrar por acaso em nossas vidas.

Mas, não é por acaso que elas permanecem.

Um brinde à essa nova fase.

E que seja o início de uma grande amizade.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Terapia

Escrever alivia.

Minha terapia.

Conspiração

São quase 9 meses. Uma vida.

Não?

Confesso que não foi fácil chegar aqui.

Mas muito me orgulho de tudo o que fiz.

Sinceramente não sei de onde tiro tanta coragem.

Acho que é a vontade de fazer as coisas darem certo.

Acreditar que é possível. E fazer a minha parte.

Quando a gente faz a nossa. O mundo faz a dele.

Aí parece que tudo conspira a favor. Parece não. Conspira.

Isso só me dá mais certeza de que estou aonde quero estar.

E consciência de onde quero chegar.

E não é sozinha.

Vamos lá.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Amigos

Cresci com meus amigos frequentando minha casa.

Conhecendo minha família.

Fazendo parte da minha vida.

Não é porque estou em São Paulo que seria diferente.

Aqui fiz novos amigos. Que já estão no coração.

Quando dá eu os carrego para o Rio.

E mostro porque a cidade é maravilhosa.

Surreal

Sem que eu percebesse.

Estava sendo observada.

Nas corridas. Na academia.

No supermercado.

Na vida.

Não tem jeito.

Nós vivemos um reality show.

Surreal.

Sempre

Você pensa que não.

Mas eu te observo.

Sempre.

Toda vez que me chama.

Eu sorrio.

Sempre.

Sexto sentido

Tudo faz sentido.

Toda aquela ansiedade. Insônia.

Sem explicação. Sem indícios sequer.

Mas sem saber. Eu sabia.

Ou pressentia.

Muitas mudanças.

Realmente acredito em sexto sentido.

Pedidos

Na virada do ano é normal fazermos pedidos.

Tem gente que pede um amor.

Tem gente que pede dinheiro.

Tem gente que pede felicidade.

Eu pedi serenidade para fazer as minhas escolhas. Para dar as respostas certas.

E todo o resto?

É consequência.

Frio na barriga

Decidi mudar.

Na mesma semana achei meu lugar.

Às vezes me assusto com a rapidez com que as coisas acontecem.

Os cenários mudam num piscar de olhos.

Se antes vivia o incômodo. Hoje vivo a empolgação.

Mas para isso é preciso estar aberto às coisas novas.

É preciso enfrentar o medo que dá.

Se desafiar. Dar um novo passo.

Controlar a ansiedade.

E sentir o frio na barriga de novo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Meu

Pronto. Decidido.

Começei a mexer meus pauzinhos.

A procurar. Pesquisar. Explorar.

A sonhar com o novo.

O meu.

Lugar.

Calma

Dias exaustivos.

Noites mal dormidas.

Uma ansiedade por tudo o que pode vir pela frente.

Mas, e se não vier?

Não vamos colocar a carroça na frente dos bois.

Tenha calma.

Um dia de cada vez.

Alugo

Não que eu ache que conviver seja complicado. Não acho.

Desde que cada um respeite o espaço do outro. Tá valendo.

Mas para isso é preciso que ambos tenham bom senso. E nem sempre é o que acontece.

Difícil é ter coragem ou achar realmente necessário falar tudo o que pensamos.


Até porque isso pode gerar um desgaste, e não é o que queremos.

E assim vamos empurrando com a barriga.

Até mesmo as pequenas coisas vão sendo acumuladas. E se tornam grandes coisas.

Grandes incômodos.


E a insatisfação é o que te faz se mover.

Das duas, uma: falar ou se calar?

Eu me calo. Mas eu me mudo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

À venda

Queria comprar alguma coisa.

Qualquer coisa.

Entrei em todas as lojas.

Não gostei de nada.

Foi quando vi que eu não queria comprar nada.

Nenhuma compra preenche o vazio.

O que eu quero não está à venda.

Espaço

Tem espaço para o seu amor no meu coração.

Tem espaço para você, na minha cama.

Tem espaço para as suas roupas no meu armário.

Tem espaço para a sua vida, na minha.

Tem tanto espaço.

Vazio.

Cadê você?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Bons frutos

Mesmo que pareça um horizonte distante.

Um dia. Toda dedicação é recompensada.

Mais dia. Menos dia. Chega.

Não vale dizer que é apenas sorte.

É esforço. Preparação. Oportunidade.

Mais do que isso: acreditar que é possível.

E muitas vezes os resultados são bem maiores do que poderíamos prever.

A gente colhe o que a gente planta.



ps: dedico este post ao meu irmão, que muito me orgulha por ter passado na EMERJ. Parabéns!

Ao redor

Momento meu.

Estou sozinha.

E precisando estar assim. Sem grilos.

Tem muita gente ao redor.

Eu observo.

Sete chaves

Não falamos tudo o que pensamos. Nem devemos.

Tem coisas que devem ficar só com a gente.

Guardadas a sete chaves.

Mas eu penso. Muito.

Segredo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Algo assim

Voltei pra casa.

Está vazia.

À sua espera.

Você.

Que não sei o rosto.

O nome.

Os gostos.

Falta você.

Algo assim.

Céu azul

O céu estava cinza.

Repleto de nuvens.

Para ultrapassá-las foi preciso enfrentar áreas de instabilidade.

Mas só assim para descobrir que acima de tudo existe um céu azul.

Alguém me disse

Recebi uma notícia.

Dessas que abalam o coração.

Fiquei calada. Digerindo tudo aquilo.

Por um momento, uma tristeza.

Depois, o conforto de no passado ter tomado a decisão certa.

A vida seguiu.

Que bom.

Choque térmico

Quando consegui dormir já era quase hora de acordar.

Peguei as malas e voei de volta. Direto para o trabalho.

A roupa, inadequada para o clima da cidade.

Frio. Cansaço.

Choque térmico.

Como era de se esperar.

Fiquei gripada.

Infração grave

A placa dizia: proibido entrar à esquerda.

Ainda assim você entra.

Os dias passam. Você nem lembra mais.

Até que um dia a conta chega.

Por debaixo da porta.

Infração grave.

A grana já é curta. Mas não tem jeito.

Quando se tem culpa no cartório, negócio é pagar antes para aproveitar o desconto.

A sensação? De que poderia ter ficado sem essa.

Paciência. Imprudência.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Insônia

Dias tranquilos, mas cansativos.

Noites sem badalações.

Custo a dormir.

Acordo no meio da noite. Sempre no mesmo horário. Lá pelas 5h.

Perambulo pela casa.

Antecipo o mamão com cereal do café da manhã.

Navego na internet.

Sem ter mais o que fazer, tento voltar a dormir.

Inquietação. Ansiedade. Preocupação.

Não sei. Ou sei?

Por um lado isso é um bom sinal.

O animal satisfeito dorme.

E eu não.

domingo, 4 de janeiro de 2009

A montanha-russa

Estou na fila para a montanha-russa.

Dessas que ninguém te conta como é.

Você nunca ouviu falar.

A hora se aproxima a cada minuto.

Não sei o que me espera. Nem como vai ser.

Frio na barriga.

Está chegando a minha vez.

A novela

A novela parou naquele sábado.

Deixando o gostinho para o capítulo de segunda.

Nesse meio tempo. O ano terminou e recomeçou.

Tempo de reflexão. De agradecer o 2008. Pensar o 2009.

Agora é hora de escrever mais alguns capítulos dessa história. De vivê-los. Simultâneamente.

Hoje é domingo. Sem resumo da semana no jornal.

Mas amanhã tem novela.