sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Nômade

Nas últimas semanas comecei a perceber que estava fugindo da minha própria casa.

Chegava tarde da noite e saía correndo logo que acordava. No fim de semana, idem.

Minha casa havia se tornado um lugar apenas para passar a noite. Dormindo mais precisamente.

Não era o fim. Mas o meio.

Comecei a perceber que adiar ao máximo a hora de ir para a casa era a tentativa de fuga de encarar a dura realidade: não ter ninguém à minha espera.

Mãe. Pai. Irmão. Vó.

Não tem ninguém.

Ninguém para dar satisfação.

Ninguém para ligar preocupado caso eu não volte...

E não tem lugar.

Não tem quadros na parede.

Não tem retratos no meu quarto.

Nem minha "cara" em minha casa...

Falta vínculo. Falta referência.

Tudo é portátil.

Sou nômade.

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