quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Próximo capítulo

Durante muito tempo senti falta de referências aqui em São Paulo. Senti-me como nômade. Aquele que pode ser de todos os lugares e ao mesmo tempo de nenhum. Achava esquisito muitas vezes não ter vontade de ir para casa. Mas era porque eu não tinha a minha casa.

Ensaiava comprar coisas pra deixá-la mais a minha cara. Mas no fundo sabia que aquilo era transitório. Não duraria muito tempo. E assim, desistia das compras e economizava.

Nos fins de semana que podia curtir meu canto, ia pra rua cedo e só voltava à noite. Como se fugisse da minha própria casa.

De alguma forma eu ainda estava lá. Até o nome do prédio não negava: Rio de Janeiro.

Foi quando percebi que meu desejo por ter meu espaço era cada vez mais forte. De organizar as coisas do meu jeito. De poder andar de camisola ou do jeito que eu quisesse, sem me preocupar se estaria incomodando alguém.

Talvez nem eu esperasse que tudo acontecesse tão rápido. Mas como tudo na minha vida é intenso, aconteceu e larguei o Rio de vez. Hoje eu tenho a minha casa e ela tem a minha cara. Uma rede na sala, de frente pra varanda. Fotos na parede. E o melhor, tudo do meu jeito. Do meu gosto.

Agradeço todos os dias. A Deus e aos meus pais, que me deram força e me ajudaram a dar esse novo passo. Que entendem o fato de eu evitar ir ao Rio e acabam vindo me visitar para matar as saudades, ainda que não gostem de São Paulo.

Depois de nove meses tenho minha referência e sinto vontade de voltar para a minha casa. Tenho amigos e vontade de levá-los para o meu lar. E sinto um bem-estar enorme de poder estar vivenciando tudo isso. Começo a viver um novo capítulo dessa minha história. Sem saudades do Rio ou promessa de volta.

E com a certeza que eu sempre tive. Eu vim pra ficar.

2 comentários:

Jeff Paiva disse...

Bem-vinda... aproveite bem seu espaço, construa sua vida.

Sabe que pode contar com alguns bons amigos - e espero me incluir entre eles.

Beijos!

Ricardo Soares disse...

uma carioca assim , aconchegada em São Paulo ... chega a ser comovente... ainda mais para um paulista como eu que passou mais de um ano no Rio e sente saudades de lá...vejam como são as coisas... as sensações estrangeiras sempre nos perseguindo... mas seja feliz aqui...kiss